O que mudou para os assessores de imprensa na pandemia da covid-19?

30 de abril de 2021

Escrito por:

Vitória Ruano

Mãos de uma mulher mexendo no computador

A pandemia da covid-19 alterou a maneira de trabalhar de diversos profissionais, entre eles, os assessores de imprensa. Como colaboradora dessa área, formada em Jornalismo, percebi algumas mudanças no cenário da comunicação e enfrentei diversos obstáculos no dia a dia.

Home Office

A primeira alteração foi a questão de sair do escritório e começar a trabalhar de casa, ou seja, entrei para o grupo de indivíduos que conseguiram a oportunidade de fazer home office.

Segundo o estudo “Potencial de Teletrabalho na Pandemia: um Retrato no Brasil e no Mundo”, conduzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado no segundo trimestre de 2020, o home office tem, em média, mais de 20 milhões de trabalhadores, sendo 22,7% das ocupações existentes no Brasil. De acordo com a Universidade de Chicago, a situação coloca o nosso País na 45ª posição do ranking de 86 nações com empregos remotos e na 2ª posição da América Latina.

Pressuponho que, assim como eu, você transformou a sua moradia em um local de trabalho para atender às demandas com mais qualidade. Meu lar repleto de pets (que são fundamentais para diminuir o meu stress e a minha ansiedade) virou um coworking improvisado, junto com meus familiares que também estão de home office. Essa realidade é conhecida por muitos brasileiros, já que, de acordo com dados dos varejistas da Tok&Stok, Mobly e Etna, as buscas por itens de escritórios, como cadeiras e escrivaninhas, mais que dobraram nos primeiros meses de 2020.
Viu só? Estamos no mesmo barco!

Redações jornalísticas

Vamos comentar outro desafio enfrentado pelas assessorias de imprensa. Pensando no bem-estar dos colaboradores, muitas redações jornalísticas, principalmente sites e jornais impressos, também optaram por trabalhar de casa.

Observando o ponto de vista positivo, os repórteres poderiam escrever tranquilamente em suas residências. Porém, analisando no nosso cenário, para nós, meros mortais e assessores, esse pequeno detalhe se tornou um obstáculo, já que grande parte do nosso follow-up (contato com a imprensa para oferecer pautas, entrevistas e parcerias) é feito por meio dos telefones nas redações.

Foi neste exato momento que o relacionamento de anos com os jornalistas foi ESSENCIAL. Porque as assessorias que possuem o número de contato pessoal do repórter se sobressaíram e conseguiram um retorno muito mais produtivo. Vantagem da Business Factory, que tem um mailing maravilhoso com os WhatsApps, e-mails e telefones corporativos dos principais veículos de interesse dos clientes.

Inovação

Terceiro passo que compartilharei neste artigo, na minha opinião, foi a principal mudança no cenário das assessorias de imprensa. Durante a pandemia, as empresas tiveram que se reinventar e, mais do que nunca, investir em estratégias de comunicação. Penso que esse setor é super importante para o crescimento dos negócios, já que uma marca que não tem projetos de divulgação é como Picasso sem tinta ou uma Ferrari sem combustível.

A comunicação é como uma máquina que impacta diversas engrenagens da organização. A expansão das informações são importantes para se destacar no mercado corporativo. E, na crise, foi preciso inserir “óleo em seus mecanismos” para iniciar a partida para uma retomada com novos produtos e serviços adaptados ao cenário mundial.

Ao analisar o setor, acredito que mudar foi um grande desafio, por isso, contamos nos dedos o número de entidades que não fecharam ou demitiram uma série de funcionários. Porém, aquelas que se atualizaram, permaneceram competitivas e atuando em novos segmentos. Com um mundo cheio de transformações, o ideal é que os empresários aceitem empreender nessas novas circunstâncias.

Não foi a primeira vez que nos reinventamos e não será a última. Faz parte do DNA do ser humano se adaptar, já que a seleção natural acontece pela necessidade de sobrevivência, ou seja, quem se adapta persiste no ambiente.

Poderia escrever um livro só mencionando momentos da história da humanidade em que a teoria da adaptação foi fundamental para a conservação de alguma área de atuação no mercado corporativo. Destaco alguns exemplos como o jornal impresso que, no início, viu a chegada da internet como algo negativo. Mas aqueles que aceitaram o novo cenário e se reconstruíram, hoje estão como fontes de informação relevantes no mundo digital. Com o coronavírus, os eventos físicos mudaram para o on-line e surgiram novas tecnologias, assim, os locais que investiram em lives criativas e encontros híbridos atenderam às novas necessidades de seus clientes e fizeram a roda girar; os canais de TV se renovaram e entraram no universo dos streamings, entre outros milhares de casos.

Com a chegada da vacina, saímos da tensão negativa para a afirmação de um futuro com novas perspectivas, no entanto, a certeza que temos é que a comunicação será essencial para os que desejam uma vida longa e próspera em seus negócios. Como o lendário apresentador de televisão, José Abelardo Barbosa de Medeiros, mais conhecido como Chacrinha, dizia em tom de brincadeira, mas com uma mensagem verdadeira: “Quem não se comunica, se trumbica”.

Desejo para você, meu caro leitor, em meio a essa pandemia, a frase emblemática de Star Wars: “Que a Força esteja com você”.

*Vitória Ruano, Analista de Comunicação da Business Factory

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